The challenge of collaboration agreements by the incriminated third party in the Brazilian Supreme Court’s case law

an analysis of its foundations and preliminary reflections for a criminal perspective of the legal transaction

Authors

  • Felipe De-Lorenzi UNESPAR
  • Guilherme Francisco Ceolin IFPR

DOI:

https://doi.org/10.46274/1809-192XRICP2021v6n2p347-385

Keywords:

cooperation agreement, turn state’s evidence, challenge by a third party, illegally obtained evidence, contract theory

Abstract

The Brazilian Supreme Court held in several cases that a third party, which is accused of committing crimes in a cooperation agreement, is not legitimate and has no interest to challenge the agreement between the State prosecutor and a defendant. The purpose of this article is to examine the arguments presented by the Court. Initially, the historical development of the Court’s decisions on this subject is presented, followed by considerations about the legal nature of cooperation agreement, understood as a legal transaction. Then, the article evaluates the reasoning of the Brazilian Supreme Court in these cases, which concern the interpretation of criminal cooperation agreements from the perspective of the contract law and the absence of damage to the accused by the conclusion itself of the agreement. It points out the inadequacy of a Private Law point of view to understand the criminal cooperation agreement. Furthermore, it is argued that the third party, which is accused of committing crimes, is potentially harmed by the agreement and therefore has interest and is legitimate to challenge it in case of invalidity, since the lack of validity leads to the exclusion of the evidence obtained. Finally, preliminary reflections for a Public Law point of view of the cooperation agreement are presented, inspired by the doctrine of contracts in Administrative Law.

References

AMBOS, Kai. Las prohibiciones de utilización de pruebas en el proceso penal alemán – Fundamentación teórica y sistematización. Política Criminal, [s.l.], v. 4, n. 7, p. 1-56, 2009. Disponível em: http://www.politicacriminal.cl/Vol_04/n_07/Vol4N7A1.pdf. Acesso em: 1º dez. 2021.

ARAS, Vladimir. Rescisão da decisão de homologação de acordo de colaboração premiada. In: GOMES, Luiz Flávio; SILVA, Marcelo Rodrigues da; MANDARINO, Renan Posella (Org). Colaboração premiada. Belo Horizonte: D’Plácido, 2018. p. 555-574.

ARAÚJO, Gisela Borges de. Da legitimidade do delatado para impugnação do acordo de delação premiada. In: CALLEGARI, André Luís (Org.). Colaboração premiada: aspectos teóricos e práticos. São Paulo: Saraivajur, 2019. n.p. [versão eletrônica].

BADARÓ, Gustavo. Meio de prova, meio de obtenção de prova ou um novo modelo de justiça penal? In: MOURA, Maria Thereza de Assis; BOTTINI, Pierpaolo Cruz (Org.). Colaboração premiada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 127-149.

BADARÓ, Gustavo Henrique. Processo penal. 8. ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.

BENÍTEZ ORTÚZAR, Ignacio Francisco. El colaborador com la justicia: aspectos substantivos, procesales y penitenciários derivados de la conducta del “arrepentido”. Madrid: Dykinson, 2004.

BITTAR, Walter Barbosa. Delação premiada: direito, doutrina e jurisprudência. 3. ed. São Paulo: Tirant lo Blanch, 2020.

BORRI, Luiz Antonio; SOARES, Rafael Junior. A possibilidade de o terceiro delatado discutir o acordo de colaboração premiada: um necessário paralelo com outros meios de obtenção de prova. In: PEREIRA, Janaína Braga Norte; RIBEIRO, Luiz Alberto Pereira; TANIZAWA, Paulo Henrique Guilman (Org.). Direito e democracia: ensaios jurídicos sob a perspectiva dos direitos humanos e fundamentais. Birigui: Boreal, 2018. p. 181-193.

CABRAL, Antonio do Passo. Acordos processuais no processo penal. Revista do Ministério Público, Rio de Janeiro, n. 64, p. 69-93, 2017.

CALLEGARI, André Luís; LINHARES, Raul Marques. Colaboração premiada: lições práticas e teóricas (de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal). 3. ed. São Paulo: Marcial Pons, 2021.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina, 2003.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes; BRANDÃO, Nuno. Colaboração premiada e auxílio judiciário em matéria penal: a ordem pública como obstáculo à cooperação com a operação Lava Jato. Revista de Legislação e de Jurisprudência, Coimbra, ano 146, n. 4000, p. 16-38, set./out. 2016.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes; BRANDÃO, Nuno. Colaboração premiada: reflexões críticas sobre os acordos fundantes da Operação Lava-Jato. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 133, p. 133-171, 2017.

CARVALHO FILHO, José do Santos. Manual de direito administrativo. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2019.

CORDEIRO, Nefi. Colaboração premiada: caracteres, limites e controles. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

CRUZ, Flávio Antônio da. Plea bargaining e delação premiada: algumas perplexidades. Revista Jurídica da Escola Superior de Advocacia da OAB/PR, Curitiba, ed. 2, [n.p.], 2016. Disponível em: http://revistajuridica.esa.oabpr.org.br/wp-content/uploads/2016/12/2-8-plea.pdf. Acesso em: 5 dez. 2021.

DE-LORENZI, Felipe da Costa. A determinação da pena na colaboração premiada: análise da fixação dos benefícios conforme a Lei 12.850/2013 e o Supremo Tribunal Federal. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 155, p. 293-337, 2019.

DE-LORENZI, Felipe da Costa. Justiça negociada e fundamentos do direito penal: pressupostos e limites materiais para os acordos sobre a sentença penal no Brasil. São Paulo: Marcial Pons, 2021.

DE-LORENZI, Felipe da Costa. Pena criminal, sanção premial e a necessária legalidade dos benefícios da colaboração premiada: aportes para uma teoria geral da justiça penal negociada. Revista de Estudos Criminais, Porto Alegre, v. 19, n. 79, p. 151-183, 2020.

DE-LORENZI, Felipe da Costa. Pode o Estado exigir resultados na colaboração premiada? Intersecções entre justiça penal negociada, princípio da culpabilidade e teoria do delito. [Manuscrito inédito.]

DE-LORENZI, Felipe da Costa; CEOLIN, Guilherme F. O processo penal busca a verdade, mas não a qualquer custo: os novos caminhos para uma antiga controvérsia. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 177, p. 71-132, 2021.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 32. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.

DIDIER JR., Fredie. Negócios jurídicos processuais atípicos no CPC-2015. In: DIDIER JR., Fredie (Org.). Ensaios sobre negócios jurídicos processuais. Salvador: Juspodivm, 2018. p. 27-63.

DIDIER JR., Fredie; BOMFIM, Daniela. Colaboração premiada (Lei n. 12.850/2013): natureza jurídica e controle da validade por demanda autônoma – Um diálogo com o Direito Processual Civil. Civil Procedure Review, [s.l.], v. 7, n. 2, p. 135-189, 2016. Disponível em: http://www.civilprocedurereview.com/magazine-n-2-2016?start=5. Acesso em: 2 set. 2020.

GARCÍA DE PAZ, Isabel Sánchez. El coimputado que colabora con la justicia. Con atención a las reformas introducidas en la regulación española por las Leyes Orgánicas 7/ y 15/2003. Revista Electrónica de Ciencia Penal y Criminología, [s.l.], n. 7, p. 1-33, 2005. Disponível em: http://criminet.ugr.es/recpc/07/recpc07-05.pdf. Acesso em: 10 ago. 2021.

GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Notas sobre a terminologia da prova (reflexos no processo penal brasileiro). In: YARSHELL, Flavio Luiz; MORAES, Maurício Zanoide de. Estudos em homenagem à Professora Ada Pellegrini Grinover. São Paulo: DPJ, 2005. p. 303-318.

GOMES, Luiz Flávio; SILVA, Marcelo Rodrigues da. Negócios jurídicos premiais como instrumentos de enfrentamento à corrupção: ativismo do Ministério Público, sua legitimidade democrática e captura de instrumentos negociais premiais de outras esferas de responsabilização. In: GOMES, Luiz Flávio; SILVA, Marcelo Rodrigues da; MANDARINO, Renan Posella (Org.). Colaboração premiada. Belo Horizonte: D’Plácido, 2018. p. 13-48.

GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. rev. e atual. por Antonio Junqueira de Azevedo e Francisco Paulo de Crescenzo Marino. Rio de Janeiro: Forense, 2007.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. 15. ed. São Paulo: Saraiva, v. 3, 2018.

JESCHECK, Hans-Heinrich; WEIGEND, Thomas. Lehrbuch des Strafrechts – Allgemeiner Teil. 5. Auflage. Berlin: Duncker & Humblot, 1996.

KUHLEN, Lothar. Sobre la relación entre el mandato de certeza y la prohibición de analogía. Trad. Alberto Nanze. In: MONTIEL, Juan Pablo (Ed.). La crisis del principio de legalidad en el nuevo Derecho penal: ¿decadencia o evolución? Madrid: Marcial Pons, 2012. p. 151-172.

LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8. ed. Salvador: Juspodivm, 2020.

LISBOA, Roberto Senise. Manual de direito civil: contratos. 6. ed. São Paulo: Saraiva, v. 3, 2012.

MARTINS-COSTA, Judith. Reflexões sobre o princípio da função social dos contratos. Revista Direito GV, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 41-66, maio 2005. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/revdireitogv/article/view/35261/34057. Acesso em: 5 dez. 2021.

MASSON, Cleber; MARÇAL, Vinícius. Crime organizado. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

MAURACH, Reinhart; ZIPF, Heinz. Strafrecht – Allgemeiner Teil. Teilband 1. Grundlehren des Strafrechts und Aufbau der Straftat. 8. Aufl. Heidelberg: C. F. Müller, 1992.

MEIRELLES, Hely Lopes; BURLE FILHO, José Emmanuel. Direito administrativo brasileiro. 42. ed. com colab. de Carla Rosado Burle. São Paulo: Malheiros, 2016.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.

MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do fato jurídico: plano da existência. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do fato jurídico: plano da validade. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

MELO, Valber; NUNES, Filipe Maia Broeto. Colaboração premiada: aspectos controvertidos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.

MENDES, Francisco Schertel. Leniency policies in the prosecution of economic crimes and corruption: consensual justice and search for truth in Brazilian and German Law. Baden-Baden: Nomos Verlag, 2021.

MENDES, Gilmar Ferreira. Debates necessários à evolução da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acerca dos acordos de colaboração premiada. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília, Brasília, v. 1, n. 16, 2019. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/27951. Acesso em: 1º ago. 2021.

MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

MENDONÇA, Andrey Borges de. Os benefícios possíveis na colaboração premiada: entre a legalidade e autonomia da vontade. In: ASSIS MOURA, Maria Tereza de; BOTTINI, Pierpaolo Cruz (Coord.). Colaboração premiada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 53-104.

MURMANN, Uwe. Entformalisierung des Strafrechts – Eine erste Annäherung. In: MURMANN, Uwe. Recht ohne Regeln? Die Entformalisierung des Strafrechts. Göttingen: Universitätsverlag Göttingen, 2011. p. 5-18.

MUSCO, Enzo. Los colaboradores con la justicia entre el pentitismo y la calumnia: problemas y perspectivas. Revista Penal, [s.l.], n. 2, p. 35-47, 1992.

NAUCKE, Wolfgang. Gesetzlichkeit und Kriminalpolitik. In: NAUCKE, Wolfgang. Gesetzlichkeit und Kriminalpolitik: Abhandlungen zum Strafrecht und Strafprozessrecht. Frankfurt am Main: Klostermann, 1999. p. 225-240.

ORTIZ PRADILLO, Juan Carlos. Los delatores en el proceso penal. Recompensas, anonimato, protección y otras medidas para incentivar una “colaboración eficaz” con la Justicia. Madrid: Wolters Kluwer, 2018.

PEREIRA, Frederico Valdez. Delação premiada: legitimidade e procedimento. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2019.

REALE JÚNIOR, Miguel. Colaboração premiada: natureza, dilemas éticos e consequências. In: BENETTI, Giovana et al. (Org.). Direito, cultura, método: leituras da obra de Judith Martins-Costa. Rio de Janeiro: GZ, 2019. p. 69-88.

RODRIGUES JUNIOR, Otavio Luiz. A doutrina do terceiro cúmplice: autonomia da vontade, o princípio res inter alios acta, função social do contrato e a interferência alheia na execução de negócios jurídicos. Revista dos Tribunais, São Paulo, v. 93, n. 821, [n.p.], 2004. [Versão eletrônica.]

ROXIN, Claus; GRECO, Luís. Strafrecht. Allgemeiner Teil. Band I. Grundlage – Der Aufbau der Verbrechenslehre. 5. Auflage. München: Beck, 2020.

SANTOS, Marcos Paulo Dutra. Colaboração unilateral premiada como consectário lógico das balizas constitucionais do devido processo legal brasileiro. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 131-166, 2017. DOI: 10.22197/rbdpp.v3i1.49.

SANTOS, Marcos Paulo Dutra, Colaboração (delação) premiada. 2. ed. Salvador: Juspodvim, 2017.

SILVA, Marcelo Rodrigues da. A colaboração premiada como terceira via do direito penal no enfrentamento à corrupção administrativa organizada. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 285-314, 2017. DOI: 10.22197/rbdpp.v3i1.50.

VALENTE, Victor Augusto Estevam; MARTINS, José Eduardo Figueiredo de Andrade. O acordo de colaboração premiada na teoria dos negócios jurídicos: um diálogo entre o direito civil e o processo penal. In: GOMES, Luiz Flávio; SILVA, Marcelo Rodrigues da; MANDARINO, Renan Posella (Org.). Colaboração premiada. Belo Horizonte: D’Plácido, 2018. p. 483-530.

VASCONCELLOS, Vinicius Gomes de. Colaboração premiada no processo penal. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018.

VASCONCELLOS, Vinicius Gomes de. Valoração da colaboração premiada no processo penal: a regra de corroboração e os limites aos elementos produzidos por meio do instituto negocia. In: GOMES, Luiz Flávio; SILVA, Marcelo Rodrigues da; MANDARINO, Renan Posella (Org.). Colaboração premiada. Belo Horizonte: D’Plácido, 2018. p. 531-554.

VERÍSSIMO, Carlo. Principais questões sobre a competência para a homologação do acordo de colaboração premiada. In: MOURA, Maria Thereza de Assis; BOTTINI, Pierpaolo Cruz (Org.). Colaboração premiada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 111-126.

WOLTER, Jürgen. Proibições de prova e proibições de circunvenção: entre a busca da verdade e a proibição de devassamento. Trad. Luís Greco. In: WOLTER, Jürgen; GRECO, Luís (Org.). O inviolável e o intocável no direito processual penal. Reflexões sobre a dignidade humana, proibições de prova, proteção de dados (e separação informacional dos poderes) diante da persecução penal. São Paulo: Marcial Pons, 2018. p. 109-158.

Published

2021-12-15

How to Cite

DE-LORENZI, F.; CEOLIN, G. F. The challenge of collaboration agreements by the incriminated third party in the Brazilian Supreme Court’s case law: an analysis of its foundations and preliminary reflections for a criminal perspective of the legal transaction. Revista do Instituto de Ciências Penais, Belo Horizonte, v. 6, n. 2, p. 347–385, 2021. DOI: 10.46274/1809-192XRICP2021v6n2p347-385. Disponível em: https://www.ricp.org.br/index.php/revista/article/view/98. Acesso em: 16 may. 2024.

Issue

Section

Artigos